quinta-feira, 9 de maio de 2013

RESPOSTA



Venho através dessa, esclarecer algumas dúvidas que me parecem bem claras num texto que li e que foi escrito por V.S.
Antes de ler vosso texto fui direto me certificar quem havia escrito.
Quando verifiquei a assinatura do texto e, constatando que vinha de um Professor, confesso que fiquei meio chocado com vossas palavras, pois este texto ao qual me refiro não tem muito nexo em vários quesitos. Como tudo que se escreve, gera o direito de resposta, resolvi me atrever a escrever algumas palavras. Bom... Vamos ao que interessa.

Conforme não é de vosso conhecimento, a “Arte” é uma forma de expressão livre e não generaliza nem desumaniza como está bem especificado no texto em questão.
A música “Eu sou bagual”, em primeiro lugar, não é de autoria do Sr Joca Martins. Acho isso o primeiro erro grave em vosso texto, que para começo de conversa deveria ser feita uma pesquisa sobre a autoria, para não ser cometida nenhuma injustiça. A composição é de autoria de Fernando Soares e Juliano Gomes, ambos de Santana do Livramento e foi feita sem a mínima intenção de ferir os princípios éticos, tanto dos moradores da cidade quanto os dos arrabaldes ou das estâncias. Esta composição foi feita por duas pessoas oriundas da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguay, portanto não tem a mesma conotação de uma feita na região sul do nosso Estado (em vosso texto há outro erro gravíssimo onde V.S. coloca “estado” e é sabido desde os tempos de primário que quando nos referimos às Unidades Federativas, devemos escrever Estado com o “e” em sua forma maiúscula) principalmente pela forma de se falar e entender assuntos relativos ao campo.

Notei também que em vossa descrição sobre a palavra “Bagual”, foi feita uma pesquisa somente no dicionário informal onde só tem os significados pertinentes ao vosso texto. Cada um usa o significado que lhe é pertinente e na música, o termo bagual foi usado com o significado de forte, do campo, rude, bravio. Isso tudo consta no Dicionário de regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno Cardoso Nunes e Rui Cardoso Nunes e, pelo menos na nossa “Fronteira” o termo Bagual é tratado assim e não como grotesco ou um bicho estúpido.

Outro ponto que achei interessante em vosso texto foi o descaso com o “gauchismo”, termo que orgulha muita gente aqui no nosso Estado. Algumas áreas da sociedade insistem em não enxergar o gaúcho (aquele que cultua suas tradições, freqüenta os galpões, desfila no 20 de setembro, etc) que é, sim, uma boa parte da população gaúcha. É conveniente citar que essa composição não é direcionada a determinadas classes sociais ou certos setores da nossa economia e sim àquelas pessoas que simpatizam com uma música alegre. Para esse caso, ouve quem quer e gosta. Música não é feita para agradar todo mundo.

Quanto à questão de ter nascido na cidade, em um hospital ou, seja lá onde for, é um trecho de vosso texto que não precisaria ser escrito, se fosse de vosso conhecimento a autoria da composição, porque tanto o Fernando como eu conhecemos as lidas do campo e é sabido por todos que não precisa morar no campo para escrever sobre ele. É só questão de conhecimento.

Na parte do texto em que está explícita uma indignação com as entidades tradicionalistas, prefiro não me meter, mas acho também que isso não precisaria constar em vosso texto, porque não somos filiados a nenhuma delas e não respondemos por seus atos. Outra coisa a ser esclarecida é que estas entidades não deveriam criticar a música. Isto é assunto para entendedor de música. Creio que V.S. não é formado em música, não é? Acho que, mesmo que fosse, seria muito ético de vossa parte deixar que se faça arte livremente. Como eu costumo dizer... Se não sei, prefiro ficar quieto.

Resumindo, acho válida toda essa manifestação feita por V.S., se foi com a intenção de uma crítica construtiva. Porém muito mal expressada, pois na questão da representatividade, ninguém quer representar ninguém e sim fazer música. Aos descontentes com isso, nossas humildes desculpas, sem querer ofender ninguém.

Porto Alegre, 09 de maio de 2013.


Juliano Gomes

EU NÃO SOU BAGUAL





Trago a vocês uma matéria do Diário da Manhã, da cidade de Pelotas, onde mais uma vez, erroneamente, uma pessoa tenta criar uma polêmica sem ter embasamento e, pra completar, faz uma "misturança" colocando muita gente que não tem nada que ver com a história.


Seu texto foi baseado em conceitos do dicionário informal, sem nem ter sido consultado termos de regionalismos ou ter sido feita uma pesquisa profunda na questão, pois todo tempo o autor do texto cita Joca Martins como autor da música. Já começa errado por aí.



A questão é simples... Não gostou da música? Muito bem. Ouve outra. Mas não coloca guampa em cabeça de cavalo. Isso é fantasia pura. Trago a vocês o início da história e em seguida minha réplica, pois acho que toda questão tem direito a uma resposta.
  

MANIPULAÇÃO

Vivemos num mundo praticamente manipulado pelas mídias.

Vejo tanta gente se comovendo, chorando, rindo, esperando pelo próximo capítulo da novela...

Os canais da TV aberta fazem de tudo para que vocês ouçam a pior música, acreditem em falsos profetas e pastores, não tenham acesso à cultura e muito mais. Fico pensando no que uma pessoa pode ter na cabeça tendo como programa de domingo, assistir programas de auditório, ou ter como costume torcer por seus ditos heróis a cada edição daquele confinamento de pobres-coitados que a cada edição que passa, cria mais sub-celebridades. Resumindo, só o que há de negativo. Digo isso porque desenvolvi o amor próprio de não assistir a TV aberta.

Talvez eu não seja exemplo pra ninguém pra dar alguma moral ou conselho, mas me respeito e, acima de tudo, quero respeitar meus filhos.

Li uma matéria agora feita por um portal de uma grande emissora regional onde, disfarçadamente, há uma tentativa de colocar uns contra os outros, dizendo que o D'Alessandro, jogador do Internacional de Porto Alegre, revelou que prefere o clube que o projetou no futebol e, além disso, que gostaria de ter seu antigo técnico ali no banco de reservas. Pra alguns, isso não passa de uma notícia, mas talvez pros fanáticos por futebol e por seu time do coração - e aí está a grande intenção - isso seja uma "facada no bucho", uma traição por parte de seu maior ídolo na atualidade. Uma tentativa de colocar a torcida contra seu ídolo. Pelo menos eu enxergo isso. Temos que procurar ler as entrelinhas. Muitas vezes a matéria já traz sua verdadeira intenção no próprio título: D'Ale diz estar satisfeito no Inter, mas reconhece: "Não se pode comparar com o que eu sinto pelo River".

É muito feia essa ridícula tentativa de manipulação.

Na minha humilde opinião o povo ainda está com os olhos fechados pro mundo ao seu redor, assim como na política, na religião e "un montón de cosas más".