Eis aqui meu manifesto sobre um assunto
muito pertinente, já que trata do meu ramo, trabalho e ideal: a música regional
gaúcha.
Em primeiro lugar, vocês podem dizer (e
muitos, novamente, dirão) que eu não deveria falar nada a respeito e que, realmente,
cada um deve fazer a sua parte e não se preocupar com os outros, mas sempre
parti do dito “quem cala consente”. Y bueno... Vamos ao que interessa...
Quando descobri meu interesse pela
música regional – pela gaita de botão, mais precisamente – procurei quem me
desse aulas e me atraquei, tentando com todas forças ser o melhor que podia.
Freqüentei as aulas por 13 meses e durante todo esse tempo dei “nojo” na
vizinhança treinando todo santo dia na garagem de casa. Só me atrevi a tocar
quando me achei em condições de, pelo menos, não fazer fiasco e mesmo assim
depois de ter sido indicado pelo meu professor, que já me achava em tais
condições; e conheço muita gente que fez o mesmo.
Bueno... Os anos passaram...
Hoje em dia vejo uma inversão de
valores e de ambos os lados. De um lado, gente brincando de música. Gente
despreparada que simplesmente pega uma caneta ou um violão e pronto... Ta feita
a música! De outro lado, gente que não tem a mínima condição de julgar e dizer
se essa tal música tem algum fundamento, tanto na parte poética como melódica e
harmônica. Desculpem-me, mas infelizmente quando se trata de um julgamento,
temos que partir pra análise técnica...
Muitos perguntarão: onde ele quer
chegar com isso? Simples...
Estudem... Perguntem pra quem já está
na estrada há tempos, possui conhecimento e tem o devido reconhecimento por
isso. Informem-se sobre quem escreve com propriedade e não tenham vergonha ou
medo de pedir ajuda. Isso só irá fazer-lhes bem e só acrescentará. Grandes
poetas, cantores, compositores e músicos já pediram ajuda. Aliás, isso é um dos
motivos que os faz grandes. A humildade. Isso se chama consciência musical.
Pra terminar (pelo menos por enquanto),
vai outra dica: um bom músico e/ou compositor sempre gosta das coisas nos seus
devidos lugares. Lugar de Prefeito e Vereador é na Prefeitura e Câmara de Vereadores
respectivamente e não numa Comissão julgadora de um festival de música. Já
dizia Don Alfredo Zitarrosa: Una cosa es una cosa y otra cosa es outra cosa.
Francamente!!!