quarta-feira, 29 de outubro de 2008

HISTÓRIAS DE MÚSICAS

COMO NASCEU A MÚSICA "SOLITO NO MÁS..."
Aí vai mais uma...
Vou aproveitar a bolada e já contar como foi que surgiu a música "Solito no más...".
Já faz algum tempo (se não me engano, uns 3 anos) que eu e o Anomar não nos juntávamos pra fazer uma música. Mas como tudo tem o seu tempo, resolvemos fazer uma música pra mandar pra Aldeia da música do mercosul de Gravataí - RS.
O Anomar veio aqui em casa tomar uns mates e ficamos procurando um tema pra composição. Até que surgiu "Solito no más..."
Peguei o violão e cantei uma melodia sem letra e ele de pronto pegou uma caneta e um papel e começou a rabiscar uns versos.
Depois de alguns mates, se foi pras casa. Quando foi de noite, me ligou e me disse que tava pronta a letra. Só que o detalhe é que a minha melodia ainda não tinha um refrão. Bueno...
Ele me mandou a letra por email e eu chamei o Dé Oliveira pra gravar. Na hora de gravar surgiu um refrão no "ligerão".
A música foi classificada na Aldeia e premiada com o segundo lugar e a melhor melodia.
A história é meio sem graça mas foi o que aconteceu.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Neste fim de semana que passou (24, 25 e 26/10/08) estivemos participando da Aldeia da música do mercosul em Gravataí/RS com duas composições: "Frente à luz dos olhos teus", que tem letra de Christian Davesac e melodia minha, e "Solito no más", que tem letra de Anomar Danubio Vieira e melodia minha também.
"Solito no más" foi premiada como melhor melodia e segundo lugar.
"Frente à luz dos olhos teus" teve o melhor intérprete - Marcelo Oliveira (obrigado Negão!).
Tá aí a foto... Silvério, Cabeça, Raineri, Madruga, Fabianinho, Dé, Danubio e o cara que entregou o troféu (não me lembro o nome, mas obrigado!)
No momento da foto eu tava lá atrás do palco meio emocionado...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

UM TEXTO INTERESSANTÍSSIMO DE ARNALDO JABOR

Pois é.

O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam "que horror". Sabem do roubo do político e falam "que vergonha". Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam "que absurdo". Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem "que baixaria". Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram "que medo". E pronto!

Pois acho que precisamos de uma transição "neste país". Do ressentimento passivo à participação "ativa".

Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra! "Como a aurora precursora/do farol da divindade, /foi o vinte desetembro/o precursor da liberdade". Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão; até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.
Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é "comunidade". Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é...

Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os "ressentimentos passivos" se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de "basta" contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem "liga". Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.

Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa "liga". A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: "...Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra..."

Arnaldo Jabor

HISTÓRIAS DE MÚSICAS

COMO NASCEU A MÚSICA "PRA BAILAR DE COLA ATADA"

O Anomar arrendava um campo em Encruzilhada do Sul - RS. E volta e meia quando eu não tinha compromisso nos fins de semana ele me convidava pra ir pra lá arejar a cabeça e dar uma mão pra ele e pro Sr. Baltar (na época, capataz do estabelecimento) pra banhar, colocar brinco e dosar alguns bois.

Foi numa destas empreitadas que depois de passar o dia inteiro na volta da mangueira lidando aqui e ali que ao nos recolhermos pras casa resolvemos fazer uma caipira e uma bóia. Um fazia a caipira e o outro fazia a bóia. E enquanto o Anomar lidava com as panela foi que eu peguei o violão. Me lembro que fazia um frio véio de renguear cusco.
Fiquei meio que na beira do fogo.

Depois que o Anomar encaminhou a bóia e ficamos só pela cozinhada do arroz é que resolvemos tentar fazer uma música. Até aí ninguém sabia se ia sair alguma coisa que prestasse ou não.

Bueno...

A letra veio e a melodia veio de arrasto.

Mas o interessante de tudo isso é que não sentamos pra fazer "tal" música.

A música que saiu foi ela: Pra bailar de cola atada.

E o mais importante: ela foi feita como uma música pra alegrar... sem a mínima pretensão de incentivar a prostituição. Porque pra nós que nascemos na fronteira, um baile de cola atada é um baile bom, onde se dança a noite inteira. A história que contam que as mulheres dançavam com o vestido atado na cintura e que era um baile no chinaredo é coisa do passado.

E afinal... já não se faz mais bailes como antigamente.

Seleção 2

Essa é a outra seleção que perderia pra primeira ou empataria...
Mas da seleção brasileira ganharia de goleada também.

Seleção

Essa seleção aqui daria um banho de bola na seleção brasileira atual.
Não vou botar os nomes.
Tá pra quem adivinhar quem são.

A figueira filha

Até parece que eu tô fazendo pose pra um book.


A figueira mãe

Não é tão larga como é grande pra cima também.


Hã???

Leonel Gomez e eu no Sítio Vô Eduardo.