terça-feira, 21 de outubro de 2008

HISTÓRIAS DE MÚSICAS

COMO NASCEU A MÚSICA "PRA BAILAR DE COLA ATADA"

O Anomar arrendava um campo em Encruzilhada do Sul - RS. E volta e meia quando eu não tinha compromisso nos fins de semana ele me convidava pra ir pra lá arejar a cabeça e dar uma mão pra ele e pro Sr. Baltar (na época, capataz do estabelecimento) pra banhar, colocar brinco e dosar alguns bois.

Foi numa destas empreitadas que depois de passar o dia inteiro na volta da mangueira lidando aqui e ali que ao nos recolhermos pras casa resolvemos fazer uma caipira e uma bóia. Um fazia a caipira e o outro fazia a bóia. E enquanto o Anomar lidava com as panela foi que eu peguei o violão. Me lembro que fazia um frio véio de renguear cusco.
Fiquei meio que na beira do fogo.

Depois que o Anomar encaminhou a bóia e ficamos só pela cozinhada do arroz é que resolvemos tentar fazer uma música. Até aí ninguém sabia se ia sair alguma coisa que prestasse ou não.

Bueno...

A letra veio e a melodia veio de arrasto.

Mas o interessante de tudo isso é que não sentamos pra fazer "tal" música.

A música que saiu foi ela: Pra bailar de cola atada.

E o mais importante: ela foi feita como uma música pra alegrar... sem a mínima pretensão de incentivar a prostituição. Porque pra nós que nascemos na fronteira, um baile de cola atada é um baile bom, onde se dança a noite inteira. A história que contam que as mulheres dançavam com o vestido atado na cintura e que era um baile no chinaredo é coisa do passado.

E afinal... já não se faz mais bailes como antigamente.

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